10 dicas para as suas Apresentações Acadêmicas

Muitos estudantes, pesquisadores e até professores tem “medo” de fazer uma apresentação acadêmica, seja em um seminário, seja como comunicação em um painel científica ou até mesmo em uma palestra. Falar em público pode não ser o contexto mais agradável para alguns, mas é possível contornar a timidez e a introspectividade planejando um forma coesa e clara de passar suas ideias.

A primeira regra de ouro é: selecione as informações primordiais que você não pode deixar de falar e organize o seu pensamento, caso contrário você recai exatamente na situação da charge acima. Não existe nada pior para uma plateia do que se perder nas ideias que alguém está falando de maneira confusa ou sem despertar interesse.

É por isso que no Congresso que palestrei na Universidad Complutense de Madrid (ainda faço um post a parte para contar os detalhes desse evento), cada convidado só tinha 7 (isso mesmo, sete) minutos para expor o escopo principal do trabalho. Quando percebi a dinâmica do evento, entendi perfeitamente o motivo: sete minutos é o tempo ideal para falar o cerne do seu assunto e manter a plateia interessada, querendo saber mais e debater junto. Parece pouco para quem fala, mas é suficiente para quem está ouvindo. Após esses sete minutos, era promovida uma discussão entre os membros da mesa e o debate era fomentado para a plateia, que participou ativamente. Isso é muito mais construtivo do que apenas uma pessoa ficar falando sozinha. Monólogo não é diálogo nem troca de ideias. É apenas por meio do debate que o participante pode aprender mais e esclarecer suas dúvidas, perguntando outros detalhes que de fato lhe interessem – assim como é ótimo para o palestrante escutar comentários ou críticas construtivas sobre o seu trabalho. No caso de Madrid, foi maravilhoso ver essa integração: uma plateia altamente qualificada e atenta às apresentações, perguntando sobre controvérsias e gerando uma discussão muito rica.

Ou seja: keep it simple!

Dica nº 1
seja breve e vá direto ao ponto principal, deixe claro desde o início o que você quer tratar.
Dica nº 2
Conheça o seu público e os detalhes da sua apresentação: Para quem você vai falar? Qual é o tom que você deve usar? Em qual profundidade você pode abordar o tema? Onde e como você vai se apresentar? Com microfone, com powerpoint, no palanque?
Dica nº 3
Planeje e pratique: você só vai melhorar o seu discurso se treinar. Monte o escopo principal do que você precisa falar, uma breve apresentação de quem você; qual é o propósito da sua apresentação (uma ou duas frases impacto ou indagações para suscitar o interesse da plateia; explique a importância do tema e contextualize, localizando a sua plateia; siga logo para as conclusões de forma objetiva (por meio dessa pesquisa/estudo, foi possível observar – depreender – analisar A, B, C e aponta-se como conclusão X); explique o restante fechando o círculo argumentativo da apresentação, já concluindo. Via de regra, foque na sua problemática e nos seus resultados. Tenha apenas notas de pontos principais com você. Ensaiar o discurso é a melhor forma de aprimorar sua habilidade de falar em público.
Dica nº 4
Marcadores de discurso: não deixe de utilizar conectivos e expressões que organizam a sua fala, como “em primeiro lugar, em segundo lugar, logo, contudo, portanto”.

Ressalva: Diga-se de passagem que a pior coisa para a plateia é um palestrante que diz “para concluir, para encerrarmos, por fim” e nunca é a última consideração.

Dica nº 5
Ritmo: nem muito rápido, nem muito devagar. Respire. Isso também proporciona que a plateia acompanhe a sua ideia com maior clareza.
Dica nº 6
Entonação: saiba projetar sua voz, faça pausas quando necessárias e, principalmente, expresse-se com energia nos trechos principais da sua ideia;
Dica nº 7
Não faça divagações:  faça explicações concisas de modo que a plateia não perca os argumentos principais em detrimento de detalhes sem importância.
Dica nº 8
Não gesticule em excesso: mantenha as mãos repousadas ou paradas para demonstrar calma e seriedade. Sobretudo, não utilize uma caneta como “apoio” para falar.
Dica nº 9
Contato visual: marque alguns pontos principais na sala da apresentação ou auditório e alterne o seu olhar, concentrando-se em pessoas que possam estar interessadas e ao mesmo tempo diversifique a sua atenção. Há quem prefira falar mantendo um ponto fixo ou sem olhar para ninguém, mas o contato visual faz diferença na relação entre quem está falando e quem está ouvindo.
Dica nº 10
Cuidado com os vícios de linguagem: Palavras como “é…”, “ok”, “né”, “então”, “hummm”, “hammm”, são vícios que cortam a fluidez de um discurso e demonstra insegurança ou falta de domínio no tema.

Essas são as minhas principais dicas, mas o que realmente importa é treinar a oratória e planejar uma boa apresentação! Assim, você ganha segurança e não precisa ficar nervoso – é só começar a falar que a apresentação vai fluindo! =)