Vida acadêmica: como começar?

Durante a Semana de Integração Acadêmica no curso de Direito na Universidade Federal do Espírito Santo em 2014, pude conversar com os novos estudantes sobre a experiência que tive com pesquisa-ensino-extensão dentro da Universidade. Fico feliz em poder passar a frente o que aprendi – vi a receptividade das pessoas e ao mesmo tempo aquele olhar: “como eu posso começar?”

Essa é uma das maiores dúvidas não só para ‘calouros’, mas também para pessoas que estão no meio do curso  ou até mesmo no mestrado. Então, como ir além?

Escrevi alguns tópicos para esclarecer essas dúvidas:

  1. O engajamento com pesquisa é algo que deveria ser incentivado desde o começo do curso;

  2. É necessário estarmos abertos para aprender (e não apenas reproduzir), especialmente quando se erra. Por isso mesmo não temos que ter medo de errar ou nos sentirmos incapazes, porque só aprendemos na prática, fazendo e refazendo;

  3. Só é possível driblar o ciclo da desmotivação (entre professores, alunos e a comunidade acadêmica em geral) despertando interesse, e isso pode começar por uma leitura;

  4. Faça parte dos círculos de diálogo e conhecimento compartilhado, como eventos acadêmicos;

  5. Busque um novo tópico para estudar em maior profundidade, de acordo com o que você considera mais pertinente. A partir disso, já começa um processo de investigação acadêmica. Ele consiste em realizar um levantamento bibliográfico, estudar essa revisão bibliográfica, começar a identificar quais são os pontos controversos em determinado tema, quais são as problemáticas envolvidas… E assim, de pouco a pouco você começa a conhecer melhor o que já foi dito sobre um assunto e o que falta ser trabalhado. É entender os contornos de determinado objeto de estudo – qual é a sua essência, ou seja, no que ele consiste detalhadamente e, mais importante, quais são as limitações.

  6. Seguir em frente: quais eventos falam desse assunto? Quem pesquisa sobre isso? Quais são os livros eu não tenho acesso e quero ler? O que os novos artigos da área estão falando? Divirta-se no Periódicos CAPES, por exemplo!

  7. Interaja: conhecendo melhor o assunto, converse com pessoas que possam lhe ajudar nesse tópico. Procure professores, mostre o seu interesse, demonstre que quer desenvolver essa ideia com afinco! Quem sabe isso não se insere na própria linha de pesquisa do docente?!

  8. Persista e insista!

O caminho descrito acima demanda autonomia – a outra opção, via de regra, é se engajar diretamente em um grupo de estudos, comprometer-se com as reuniões, discussões e leituras para ir se familiarizando com os temas e a partir disso poder seguir as diretrizes que já são dadas nesse âmbito e muitas vezes frutificam em ótimas pesquisas!

O panorama nunca é simples e existem vários empecilhos na vida acadêmica, mas todos são contornáveis. Sempre podemos aprender e descobrir mais. Temos novos começos todos os dias! Você possui alguma dúvida? Fique à vontade para sugerir e conversarmos melhor!